sábado, 13 de agosto de 2011

Meu Pai, meu Irmão

Não há como não pensar nas noites que passas em claro, nas lágrimas que escondes, e no trabalho árduo de todos os dias.
Não há como esquecer seu sacrifício pelos filhos.
Não há como esconder um sorriso diante da tua figura.
Não há como reprimir aquela maldita saudade que aperta tão forte o meu peito, e se esvai em lágrimas de um amor tão puro e incondicional.
Acho que nunca consegui expressar de forma muito clara a minha gratidão por haver me permitido a vida, pela compreensão e o apoio que foi sempre o que me moveu a continuar.
Ninguém sabe tanto quanto eu, pai, o quanto és importante pra mim.
Não falo tudo isso por ser o segundo domingo do mês de agosto, falo tudo isso por sentir a tua falta todos os dias ao chegar cansada em casa.
Sinto falta das noites à beira do rio torcendo pra Lua ajudar, torcendo pro vento não apertar...
Sinto a falta do teu abraço "quebra-costelas", e até das tuas broncas.
Sinto falta, pai, de te ver entrando pela porta da frente, abrindo os braços e sorrindo...
Meu pai, meu irmão!


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Don't Ask

Eu posso nem sempre mostrar
Mas lá no fundo você sabe que eu me importo
Não há palavras para dizer
Mas se elas estivessem lá eu juro que te diria
Não sou o tipo de cara
Que mostra como sente por dentro

Não me peça para dizer, você sabe que eu te amo
Não me peça para provar, não ha niguém acima de você

Eu te vejo se vestir
Eu adoro o jeito que você brinca com seu cabelo
As coisas simples eu noto
Eu saberia se elas não estivessem mais lá
Apenas não consigo explicar
O por quê de estar sem palavras novamente

Lembre-se dos bons tempos que tivemos no baile
Nós compartilhamos juntos
Esqueça as vezes ruim que batemos em todos
Batemos em todos eles juntos

Não me peça para dizer, você sabe que eu te amo
Não me peça para provar, não ha niguém acima de você

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Fragmentos

O mundo lá fora é cheio de injustiças.
As pessoas nos ferem e magoam.
O que fazemos nem sempre basta.
Mas...
Se por um instante se abrir um sorriso!
Se por um instante o concreto cair desses rostos!
Todos esses anos de luta valerão a pena....
Queria escrever uma canção pra te confortar,
Uma canção pro mundo não parecer tão triste...
Uma canção que te enchesse de luz,
Que guiasse teus passos na busca do caminho.
Que recompensasse as noites em claro,
e as inquietações de teu pobre coração!
Queria uma canção que derrubasse muros e abrisse portas,
Uma canção que enamorasse e revoltasse,
que fizesse amar... e morrer de ódio segundos depois...
Ou vice-versa!
Uma canção pra quem se sente vivo!
Uma canção pra você viver mais...
Queria palavras doces e delicadas.
Palavras macias como nuvens,
e fortes como a tempestade...
O mundo afinal não é preto e cinza!
Queria te dar um colo,
e dizer-te belas palavras ao pé do ouvido...
E dormir ao teu lado,
ouvindo tua respiração tranquila...
Queria ver um sorriso verdadeiro no teu rosto!


Rodrigo Severo

domingo, 1 de maio de 2011

It's so hard

É difícil, te olhar e sorrir. Lembrar todos os nossos momentos juntos, que foram tão bons, e que hoje... não superam a lembrança.
É difícil olhar pra você, e dizer que está tudo bem. Quando tudo que eu tenho vontade de fazer é fugir.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu te Desafio

Que tarefa árdua, à um pobre coração escrever sobre a tão desejada felicidade.
Se pensas que sou triste, te enganas, é que a felicidade que te deixa tão bobo, pra mim é pouca. Mas a questão não é essa.
A felicidade está em cada canto, ela irradia pelos poros das plantas e pessoas, é só querer enxergar.
Existe coisa mais feliz que acordar e ver o sol tão colorido?
Existe coisa mais feliz que ver os amigos, e fazer tantas outras coisas as quais não damos tanto valor.
Felicidade. Ao caminhar, ao sorrir, ao agradecer.
Existe, (agora falando sério) coisa mais engraçada que ajuntar o seu amigo de um bueiro?
Ou vê-lo cair esparramado numa pista de boliche?
Felicidade que te preenche por cada centímetro cúbico do corpo. Felicidade tão forte, que mesmo anos depois te faz sorrir, e até chorar de tanto rir.
E é com um sorriso estampado no rosto que escrevo agora.
Feliz por que as coisas acontecem do seu jeito, ao seu tempo. Mesmo que um pouco revoltado com tudo o que acontece ao redor de vez em quando.
Pra que um sonho mais grandioso, do que ser da máfia, comer num restaurante caro e sair sem pagar, assaltar um ProForte... Ou comprar um trailer, montar uma banda e sair por aí?
Não importa o tamanho dos teus sonhos, mas se eles colorirem um sorriso em teu rosto, por pelo menos um instante... Eles valem à pena.
Pra que a tristeza e o tédio, se o sol brilha todos os dias? Se as plantas continuam crescendo, as músicas continuam tocando... Viva e deixe viver! E a felicidade... Virá, se você a quiser.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sobre alguém que eu mal conheço

É bem verdade que o tempo custa a passar quando você está longe. Até aí um fato quase concreto e inegável.
Mas o que me revolta é te ver perdendo o tempo que temos quando te encontro. Por que fica remoendo coisas que já aconteceram e que hoje não fazem sentido. Por que adora me maltratar dessa forma. Por que joga meus defeitos no meu rosto, por que me açoita com palavras cruéis.
Eu olho nos seus olhos e procuro as verdades. Só encontro mais e mais revolta, que movo e revolvo, mas nada resolvo.
Só encontro inverdades falhas, desculpas ao invés de reais motivos. Hipocrisia. Falsidade. Egoísmo.
Saio da frente do espelho. Está tudo bem de novo.

domingo, 10 de abril de 2011

Auf Kurs

As luzes atravessavam os vidros da janela do quarto formando espectros mórbidos, assustadores e frios.
O cheiro do sangue jorrado pelo quarto todo causava náuseas no assassino. Ainda podia ver e sentir a dança que o líquido escarlate fazia com o ar.
Sentia ainda as trepidações causadas pela lâmina atravessando o corpo frágil e a pele macia da mulher que julgava ser o amor de sua vida. Sentia o calor de seu abraço e o perfume floral misturado com o agridoce do sangue. Quase seguiu por completo o ritual de todas as noites. Preparou uma dose de seu melhor conhaque, bebeu-o lentamente caminhando pelo tapete da sala. Acendeu um cigarro, voltou para o quarto, olhou pela última vez para aquele rosto perfeitamente desenhado. Tocou seu rosto, beijou sua boca.
Lágrimas corriam pelas faces, o olhar fixo no vazio. Procurou o revólver entre as as roupas e caixas no armário. A última coisa que ouviu e sentiu foi o som veloz e mortal da bala atravessando o ar em direção ao seu crânio.

Rodrigo Severo

terça-feira, 5 de abril de 2011

Cinderela Compulsiva

Eu falei pra você pensar melhor
Se toca, se manca
Não me constranja com papo de dó
Se liga e levanta

Perdi o sono, a paz, a culpa
Meu amor, sua sina
Você enfiou seus pés numa jaca
Cinderela compulsiva

Será que você ainda gosta de mim
(não tem vergonha na cara)
Será que você ainda se gosta enfim
(não tem escolha, é na lata)
Da vida vai apanhar

Minha boca te beija em compaixão
Minha saliva te queima
Quebrou a casa e deu nosso cão
Numa esperança mimada

Não se vendeu, pôs placa de aluga
Seu prazer sangue-suga
Você entrou numa rua vazia
Sem perguntar a saída.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cansei

De repetir palavras, de desgastar sentimentos e por muitas vezes ocultá-los. Por que falar de amor, se o que me toma hoje é a fúria, o desprezo, o mais refinado e puro ódio?
Por que falar de como meu dia se ilumina quando te vejo, se olho pelo vidro da minha janela e o pôr-do-sol se esconde entre densas nuvens cinzas?
Por que falar do teu perfume gravado em mim, se não tens a lembrança do meu, gravado em ti?
Por que falar do sol e das flores, se a chuva que cai me corrói a cada gota?
Por que falar do calor do teu corpo junto ao meu, se isso só me recorda quanto frio sinto?
Por que falar de todos os momentos felizes que tivemos, se não os temos mais?
Por que forçar um sorriso e um olhar terno, se tenho lágrimas cristalizadas no olhar?
Por que enfim, dizer que te amo, se mastigo outras palavras?

Rodrigo Severo

Te devoro

Te devoro - Djavan

Teus sinais
Me confundem da cabeça aos pés
Mas por dentro eu te devoro
Teu olhar
Não me diz exato quem tu és
Mesmo assim eu te devoro
Te devoraria a qualquer preço
Porque te ignoro ou te conheço
Quando chove ou quando faz frio
Noutro plano
Te devoraria tal Caetano
A Leonardo di Caprio
É um milagre
Tudo o que Deus criou
Pensando em você
Fez a via-láctea
Fez os dinossauros
Sem pensar em nada
Fez a minha vida
E te deu
Sem contar os dias
Que me faz morrer sem saber de ti
Jogado à solidão
Mas se quer saber
Se eu quero outra vida,
Não, não.

Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar
Devorar você